segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Querida G #12,

confesso que não queria escrever isso. Queria que as coisas ficassem como estavam, eu aqui e você aí, separados. Mas acho que aquele clichê terrível é verdadeiro. O tempo cura tudo, e o que era terrível já me parece suportável.
Além disso, outro motivo me leva a balançar essa bandeira branca. Acho que estou com saudade. Só isso explica que não consiga assistir qualquer esporte que use as mãos –seja basquete, vôlei, peteca, queimada e, claro, handebol– sem que, numa rapidez que me espanta, minha mente viaje até você. Mais do que isso, a lista de coisas que me levam até você parece que não pára nunca de aumentar: meninas altas e magras, sorrisos grandes, conversas desconexas (e agradáveis), pintas no rosto, beijos de língua, Smirnoff, Av. Paulista, flores, Marisa Monte etc etc. Quando isso acontece, e acontece com uma regularidade incômoda, me irrito comigo mesmo e procuro algo para te esquecer. Pode ser qualquer coisa, desde que seja intensa: correr uma hora na esteira, me embebedar ou fazer hora extra no serviço sem razão. Funciona por um tempo. Mas, como uma coceira que não dá para coçar (desculpe a péssima comparação, querida), no dia seguinte, alguma outra coisa me faz lembrar de você e aquela lista aumenta um pouco mais.
A verdade, acho, é que as coisas não acabaram bem entre nós. Ou não acabaram, não sei. De qualquer modo, só o que penso é que você, com sua personalidade toda flexível, sorridente e angulosa (fora seu belo corpo anguloso, mas isso é outra história) me tornava mais relaxado, menos sério, menos reto. Você me fazia uma pessoa melhor.
Mas já me estendi demais. Só queria te falar que espero que você esteja bem, agarrando tudo no gol como sempre, e que tenho saudade.

beijos

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